Expo SESC - Árvores 2014

Novamente venho aqui a "plantar" minhas ÁRVORES, agora na Expo SESC, cuja abertura foi no dia 19 de novembro. Fica meus sinceros agradecimentos ao Edgley Santos, Tiba Magalhães, Paulo Aurélio e a todos que trabalharam para tornar isso possível.
Que a cada semente plantada, venha a florescer bons pensamentos e ideias em nossas futuras gerações.
Abaixo seguem imagens, informações gerais e o texto crítico do nosso querido Henrique Magalhães, professor da UFPB e diretor/editor da Marca de Fantasia, e que incansavelmente contribui para o crescimento dos quadrinhos paraibanos e nacional.

Segue informação do Expo SESC:
Mais uma tarde em que o Projeto Exposesc - SESC Gravatá, reúne o criador das obras de artes e o seu público, neste caso os Alunos do Educandário Santa Cecília, Criança Feliz. O Criador é Val Fonseca, artista plástico, quadrinhista e ilustrador. Que acertadamente trouxe para a sua exposição o tema "Árvores". 
Nós que fazemos o SESC Gravatá, ficamos extremamente satisfeitos e felizes pelo trabalho. 
A exposição ficará aberta a visitação do público de 19 de Novembro até o final de Dezembro de 2014, o horário para visitação das 09h às 16h de Segunda a Domingo.
Escolas podem agendar para visitação, pelos números 083 3237 5253 e pelo e-mail sescgravata@gmail.com.

Os frutos de Val Fonseca

Os quadrinhos paraibanos teimam em renovar-se a cada geração, o que seria muito natural se tivéssemos as condições para o fomento a produção. Faltam espaços na comunicação de massa, no jornalismo diário, local onde surgiram e onde deveriam permanecer em evidência, além de em outras mídias daí derivadas. Mas artista - e todos temos um pouco de arte no sangue - é danado de teimoso e faz brotar sua arte na adversidade.

Josival, ou Val Fonseca, como costuma assinar, é um desses renitentes que cavam espaços para a difusão de sua arte, seja publicando tiras no jornal oficial paraibano A União, seja produzindo suas próprias publicações. Este tem sido um recurso dos artistas promissores, tomar para si os meios de produção, ainda que em processos artesanais e de alcance restrito.

Foi a partir de acontecimentos prosaicos - frutos que caíram em sua cabeça - que Val vislumbrou uma grande oportunidade de criar sua tira mais conhecida, Árvores. O tema sobre o qual resolveu se debruçar não é nada comum no universo das tiras, que em geral trata de relações interpessoais e animais humanizados. Mas, árvores, seres aparentemente estáticos, dificilmente dariam a mobilidade que se espera dos quadrinhos, cuja sequencialidade é o fundamento de sua linguagem.

Surpreendentemente, o que não falta é ação nas tiras da série Árvores. Não raro, o homem é um coadjuvante perverso, que inadvertidamente destrói as árvores para erguer uma selva de pedras em seu lugar. A sutileza também floresce na reação das árvores, que recompensa com seus frutos e mesmo afeto as ações que eventualmente lhes favorecem.

Com perspicácia, Val dirigiu sua série a tratar das questões da atualidade, representando um mundo repleto de ambições consumistas sem limite, ao custo do próprio ecossistema. Está aí a grande sacada de Val, utilizar o reino vegetal para denunciar a insanidade humana. Com grande domínio no traço e boas sacadas, Val apresenta de forma às vezes irônicas, às vezes didática, uma das melhores obras no gênero "tira", traduzindo suas mensagens em refinado humor e bom motivo para reflexão.

Henrique Magalhães